"Contribuir com o fortalecimento das Organizações Sociais na perspectiva da defesa dos direitos e da transformação social, construindo parcerias e dando visibilidade a práticas sociais inovadoras".

Saiba onde comprar alimentos da Reforma Agrária no sudeste

Pontal do Paranapanema (SP). Foto: Coletivo de Comunicação Regional

Durante a pandemia, procura pelas cestas agroecológicas aumentou. Confira os pontos de comercialização no sudeste

Da Página do MST

Garantir que alimentos saudáveis e a baixo custo cheguem à mesa de todos os brasileiros tornou-se ainda mais urgente na pandemia. Na Grande Região Sudeste, que compreende os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, há em andamento 29 pontos de comercialização de cestas com produtos agroecológicos da Reforma Agrária vindos dos assentamentos e acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), suas cooperativas e parceiros nos estados.

A comercialização direta com quem trabalha na terra ganhou fôlego em meio a pandemia de Covid-19. Mais de 2.600 cestas circulam em toda região sudeste a cada quinze dias. Em cada município, as entregas variam a partir de cronogramas semanais ou quinzenais, em domicílio ou pontos fixos. E todas seguem as recomendações de autoridades sanitárias contra a disseminação do coronavírus.

Armazém do Campo no Rio de Janeiro. Foto: Pablo Vergara

A experiência ainda é uma importante ferramenta de diálogo com a sociedade sobre o projeto de Reforma Agrária Popular, segurança alimentar e o desmonte de políticas públicas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que vem sofrendo cortes desde o golpe de 2016. Para Bruno Diogo, da coordenação regional no sudeste do setor de produção, cooperação e meio ambiente do MST, o aumento da demanda fortalece o debate em torno do alimento como um ato político.

“A experiência das cestas, principalmente nas cidade, a partir da entrega de alimentos saudáveis e de qualidade, já acontecia mesmo antes da pandemia. Porém, a quarentena e a necessidade de isolamento social potencializou muito a busca por essa alternativa. Para os camponeses se tornou uma grande possibilidade de convencimento da importância do alimento oriundo da Reforma Agrária, agroecológico e fresco que pode chegar com facilidade e diversidade à mesa dos trabalhadores”, afirma Bruno.

Em contraponto ao agronegócio, as cestas promovem a qualidade de vida das famílias Sem Terra, gerando trabalho e renda. Pães, bolos, doces, geleias, bebidas, ovos. Para além da tradicional diversidade de frutas, legumes e hortaliças, as cestas na Grande Região Sudeste também oferecem desde alimentos processados como arroz e café, até fabricações artesanais, produtos de origem animal e fitocosméticos.

Apesar pandemia ter resultado na redução das feiras locais e na demanda das compras institucionais como do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), alimentos saudáveis e sem veneno continuam chegando à mesa dos e das brasileiras a partir da comercialização das cestas da Reforma Agrária. Confira todos os pontos de comercialização funcionando durante a pandemia no sudeste (http://bit.ly/CestasMST-Sudeste) a seguir!

Rio de Janeiro

O MST no Rio se organiza a partir da logomarca estadual Terra Crioula. Durante a pandemia, a cesta da Reforma Agrária atende Macaé, Quatis, Campos dos Goytacazes, capital e São João de Meriti, na baixada fluminense. O levantamento da produção e o calendário de entregas é divulgado em listas de transmissão e grupos de consumidores no WhatsApp, além das redes sociais Terra Crioula. Mais de 200 pedidos são entregues em todo estado a cada quinze dias, com alimentos vindos de sete acampamentos e assentamentos.

O Armazém do Campo RJ também passou a entregar cestas em domicílio durante a quarentena (bairros atendidos sob consulta). A produção in natura é encomendada dos assentamentos do estado organizado pelo Coletivo de Comercialização Alaíde Reis, bem como a de processados artesanais como pães, bolos, queijo, doces e nhoque de mandioca.

O atendimento é pelo WhatsApp e o pedido mínimo é de R$70. A loja também voltou abrir as portas recentemente em horário reduzido, das 11h às 16h, de terça à sábado, com a recomendação de evitar aglomeração e o uso de máscara. A rede Armazém do Campo, presente no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Recife, ainda conta com um catálogo diverso de agroindustrializados vindos de cooperativas do MST de todo Brasil.

Confira as regiões atendidas pela cesta da Reforma Agrária no Rio de Janeiro.

Minas Gerais

No Triângulo Mineiro as cestas agroecológicas do MST levam produtos de seis assentamentos para a cidade a preço popular. A iniciativa do setor de produção faz parte do projeto “Semeando Agroflorestas”, com objetivo de garantir alimentação saudável no campo mesmo durante a quarentena. As entregas são realizadas em quatro regiões na cidade de Uberlândia e chegam em cerca de 12 bairros, mais a região central. Todo o processo de produção e organização da cesta é cooperativo.

A cesta possui três tamanhos: pequeno, médio e grande, que variam de cinco a 11 itens entregues semanalmente. As experiências têm sido desenvolvidas de forma contínua em cinco regiões: Vale do Rio Doce, Metropolitana, Triângulo Mineiro, Sul de Minas e Zona da Mata, organizadas a partir dos núcleos de agroecologia dentro das áreas de assentamentos e acampamentos. A produção é proveniente de agroflorestas e plantios de ciclos curtos, tais como verduras e hortaliças.

Confira as regiões atendidas pela cesta da Reforma Agrária em Minas Gerais:

São Paulo

No estado de São Paulo, existem atualmente 11 canais de comercialização de cestas com produtos vindos dos assentamentos e acampamentos do MST. Frutas, legumes, folhas, plantas alimentícias não convencionais, ovos, leite e derivados, pão e outros produtos processados são entregues em diversas cidades do estado como  São Paulo (capital), Campinas, Valinhos, Presidente Prudente, Promissão, Bauru, Marília, Sorocaba, Itaberá, Ribeirão Preto, Guaratinguetá e Ubatuba.

As cestas são comercializadas diretamente pelas cooperativas de produtores e produtoras a partir de cronogramas de entregas semanais ou quinzenais. Também se desenvolvem a partir do projeto Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA), um modelo solidário e sem intermediários, onde os agricultores contam com a participação de parceiros consumidores –  chamados de “coo-agricultores” –  para a organização e o financiamento da produção. Esse é o caso dos assentamentos da regional Pontal do Paranapanema e Promissão que participam do CSA Presidente Prudente e CSA Lins, respectivamente.

Confira as regiões atendidas pela cesta da Reforma Agrária em São Paulo.

Espírito Santo

Doces, geleias, pães, kombuchas e fitocosméticos, além da diversidade tradicional de frutas, legumes e hortaliças estão disponíveis na cesta de produtos dos assentamentos e acampamentos do MST no Espírito Santo. As entregas ocorrem quinzenalmente em domicílio na capital, Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica. A taxa de entrega é fixada no valor de R$5.

Com uma média de 25 cestas por edição, os pedidos são realizados a partir de um formulário online que é atualizado e divulgado semanalmente no WhatsApp e nas redes sociais. Os usuários podem montar cestas com os itens e as quantidades que desejar, sendo o total mínimo do pedido R$50. A expectativa do estado para os próximos meses é conquistar mais consumidores e ampliar as entregas.

Confira as regiões atendidas pela cesta da Reforma Agrária no Espírito Santo.

*Editado por Fernanda Alcântara