A Rede Jubileu Sul Brasil (JSB) lançou (12/07) o “Lutas em foco: dívida e reparação”, nova série que busca apoiar a discussão e a compreensão sobre o sistema da dívida, as dívidas sociais, financeiras e as reparações. O podcast é quinzenal, sempre às quartas-feiras, às 15h, nas redes e mídias do JSB, a cada episódio com uma temática dialogada com especialistas de forma pedagógica, tendo a realidade prática como ponto de partida. A série foi produzida em parceria com a Semana Social Brasileira (SSB) e a Central de Movimento Populares (CMP).
Marcando o lançamento, o primeiro episódio aborda o tema do Sistema da dívida e manutenção da desigualdade. “O que significa o sistema da dívida? O que são dívidas sociais? O são reparações? Entendemos que o sistema da dívida é um cartão de crédito para os ricos”, explica a socióloga Rosilene Wansetto, secretária executiva da Rede JSB.
Essa “fatura” representou nada menos que R$ 1.879 trilhão, ou 46,3% do orçamento federal de 2022, montante que foi para para pagamento dos juros e amortização da dívida pública, contraída sobretudo junto ao setor privado (bancos, instituições financeiras nacionais e internacionais, organizações), recursos da população que deixam de ser investidos em políticas públicas como saúde, educação, emprego, moradia, combate à fome e às desigualdades.
Do orçamento total de cerca de R$ 4 trilhões no ano passado, enquanto quase metade foi para pagar dívidas, somente 3,3% foi para saúde, 2,7% para educação e 0,54% para agricultura, segundo análise da Auditoria Cidadã da Dívida, que também mostra que a dívida quase dobrou de 2019 a 2021, período do governo Bolsonaro, um aumento de R$ 708 bilhões, de R$ 6.935 trilhões para R$ 7.643 trilhões.
“A nova série de podcast vai ajudar a compreender as lutas que estamos travando e que ainda precisamos travar pelo cancelamento das dívidas financeiras ilegítimas, a refletir sobre as dívidas sociais, com o direito a transporte público, alimentação, educação, direito à vida e à dignidade que são menosprezados em detrimento do pagamento de juros e amortização da dívida, transferindo recursos públicos para banqueiros”, completa a socióloga.
Nesse debate, a secretária executiva da Rede ressalta que não há decisão política que não seja econômica. “Por isso o tema da dívida é fundamental para que a gente entenda os rumos da política, da economia e os rumos que o Brasil toma. Queremos com a série trazer elementos para reflexão e também para mobilização nas comunidades, pastorais, sindicatos, locais de trabalho, nos vários espaços onde atuamos porque entendemos que economia e política andam juntas”, conclui.
Os próximos episódios abordam, entre outros, o impacto da dívida na vida das mulheres; feminismos e a luta por direitos das mulheres; dívida, ditadura e racismo estrutural; branquitude e luta antirracista; intolerância religiosa e impactos na democracia.
Por redação | JSB