"Contribuir com o fortalecimento das Organizações Sociais na perspectiva da defesa dos direitos e da transformação social, construindo parcerias e dando visibilidade a práticas sociais inovadoras".

ONDE ESTAMOS E ONDE QUEREMOS CHEGAR: ELEMENTOS PARA UM DIAGNÓSTICO GERAL E A CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS EM UM PLANEJAMENTO ORIENTADO A EFEITOS

O planejamento é a primeira tarefa para a construção de um projeto social. Mas só é possível planejar bem se conhecemos em profundidade a realidade sobre a qual queremos atuar. Ao iniciar um Planejamento orientado a Efeitos, o primeiro desafio é definir com clareza em que contexto o projeto visa provocar e influenciar mudanças.

As informações a serem levantadas sobre o contexto devem ter algum significado para compreender melhor os problemas enfrentados pelos grupos sociais envolvidos no projeto e que serão relevantes para a escolha das estratégias e ações a serem desenvolvidas. De outro modo, teremos um apanhado de informações aleatórias, que não contribuem para a tomada de decisões e para o posterior monitoramento de avanços.

Nos projetos enviados para Misereor, sugere-se explicitar:

  • Descrição breve das características mais relevantes da região onde se pretende implementar o projeto: localização exata da região do projeto; dados geográficos e demográficos atualizados (número de habitantes e estrutura etária da população; características climáticas e geológicas da região; condições políticas, sociais, eventualmente de cunho religioso, menção de eventuais conflitos existentes, etc.)
  • Descrição breve das condições de vida da população na região do projeto que são relevantes para o projeto (por ex.: recursos naturais ou sistemas de subsistência da população; relação homens/mulheres (aspectos de gênero), direitos políticos, econômicos, sociais e culturais assim como acessibilidade dos serviços sociais (atendimento à saúde, educação etc., participação social e política).
  • Quais dos desafios expostos na descrição do contexto o projeto solicitado pretende abordar?

A construção de cenários é uma ferramenta ainda pouco usada pelas organizações populares em seus planejamentos, mas é muito útil para a tomada de decisões de forma estratégica. Ao planejar uma intervenção (projeto), partimos do pressuposto de que é possível modificar o futuro. Mas o futuro não é a realização automática dos nossos desejos e vontades. Há vários fatores que influenciam o desenvolvimento de uma situação. Mesmo tendo um bom diagnóstico da situação inicial, antes de decidir o que ações devemos fazer para provocar mudanças, é necessário entender quais são os fatores que têm mais relevância para influenciar o futuro da questão / situação que queremos mudar.

Construir um cenário é desenhar possíveis imagens do futuro, nas quais podemos explorar impressões sobre como determinada situação tende a evoluir. Fazer essa projeção serve para que nos preparemos com antecedência, definindo ações concretas para evitar ou minimizar cenários negativos e para fomentar a realização de cenários positivos.

Para as organizações populares apresentamos aqui um passo-a-passo que permite exercitar o desenho de cenários possíveis e qualificar o planejamento de projetos de forma mais leve e participativa: