Organizada pelo MST e MSTC, campanha produz alimentos e incentiva doação de quentinhas elaboradas por chefs convidados
Dois movimentos que travam pautas em torno da alimentação saudável criaram a campanha “Lute como quem cuida” para alimentar a população em situação de rua, durante a pandemia de covid-19. Juntos, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de São Paulo (MST/SP) e o Movimento Sem Teto do Centro (MSTC) e o buscam, por meio desse movimento, “a manutenção imediata da vida”, como informam no texto de apresentação da campanha.
A ideia do projeto “sustenta-se a partir do gesto de cuidar do outro. Este cuidado, por sua vez, se dá, na prática, por meio de alimentar o outro. Nossas cozinhas não podem estar indiferentes àquelas e àqueles que, em situação de rua, passam fome durante a pandemia causada pela covid-19”.
De acordo com o estudo “Censo da População em Situação de Rua”, apresentado pela Prefeitura de São Paulo em janeiro de 2020, 24.344 cidadãos vivem ou passam a maior parte do tempo nas ruas, somente no município paulistano. O dado significa um aumento de 60% em relação ao último levantamento, feito em 2015, quando foram identificadas 15.905 pessoas.
É com o olhar sob essa parcela da população, então, que as “quentinhas” são elaboradas por chefs convidados e feitas nas cozinhas da Ocupação 9 de Julho do MSTC e do Armazém do Campo do MST, ambos na região central de São Paulo.
“Queremos resgatar o conceito do fogo como aquecimento dos corpos, cozimento dos alimentos, da passagem do conhecimento e das experiências afetivas em torno dele. Afinal, o cuidado de nos alimentarmos bem e assim alimentamos o outro requer não somente receitas variadas e fartas, mas, também, trocas de informações, solidariedade e poesia.”
É possível colaborar com a iniciativa a partir de diversas formas. A primeira é realizar a doação de quentinhas, cujo valor é R$ 10. Doando mais de uma quentinha, nos valores de R$70, R$80, R$110, R$170, R$180 ou R$200, o doador recebe uma lembrança da Cozinha da Ocupação 9 de Julho ou do Armazém do Campo, como são panos de prato, copos, bonés, camisetas e aventais de cozinha.
Acima desses valores, a partir de doações de R$1.000 ou R$3.000, o colaborador recebe gravuras em serigrafias das imagens da campanha.
Outra forma de apoiar o movimento é participar da rifa semanal de objetos de artistas parceiros, como instrumentos musicais e peças autografadas. Clique aqui para saber mais e participar da campanha.
Edição: Leandro Melito/Brasil de Fato
CAIS | Centro de Assessoria e Apoio a Iniciativas Sociais