O livro “Pandemia e Território” na sua versão e-book já está disponível. A publicação é uma iniciativa de pesquisadores do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA).
Os registros, objetos de reflexão dos artigos desta coletânea, concernem notadamente às seguintes categorias: moradores de bairros periféricos das grandes cidades; indígenas, cujas aldeias estão localizadas em perímetros urbanos e em seus próprios territórios identificados e demarcados; quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais, comunidades de fundos e fechos de pasto, comunidades atingidas pela exploração mineral e grupos de pequenos agricultores e extrativistas.
As designações utilizadas correntemente pelas interpretações oficiosas referem-se também de maneira explícita a: moradores de favelas, de periferias e do interior do Brasil. A especificidade é percebida e explicitada quando estas unidades sociais são classificadas pelos planejadores das ações governamentais como grupos em posição de vulnerabilidade ou em risco, como as pessoas em situação de rua, com sofrimento ou transtorno mental, com deficiências físicas, vivendo com HIV/aids, LGBTI+, população indígena, negra e ribeirinha e trabalhadores do mercado informal, como catadores de lixo, ambulantes, estivadores e artesãos e aqueles que estariam em situação extrema de marginalidade como os “moradores das Cracolândias” ou viciados em crack, os chamados “andarinos”, que são vistos como perambulando sem domicilio e ocupação fixa, e as trabalhadoras do sexo, usualmente designadas como prostitutas . Nessa relação não é informada a “população carcerária” ou “em privação de liberdade”, nem tão pouco os que se organizam em movimentos sociais e se autointitulam “sem teto” e “sem terra”.
Em todas estas designações oficiosamente utilizadas constata-se um extenso espectro da desigualdade social e de injustiças radicais que se agravam nestes tempos de pandemia e pairam sobre essas “vidas nuas”, conforme conhecida expressão de Agamben. A presente coletânea focaliza, portanto, com destaque, estes agentes sociais mencionados, dispostos em condições altamente desfavoráveis, que se referem a povos e comunidades tradicionais.
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