Avaliar é analisar e há que se enfrentar o desafio de fazer essa análise considerando os efeitos do projeto. Se o monitoramento realizado registra dados dos indicadores relacionados aos efeitos do projeto, é possível enfrentar esse desafio de forma mais tranquila e avançar para avaliações que incorporam a evolução das mudanças ocorridas, dos efeitos obtidos.
Existem dois enfoques diferentes para a análise dos efeitos: uma análise centrada nos objetivos, fazendo uma comparação entre “o pretendido e o obtido” (ou seja, o que se deseja alcançar e o alcançado) e uma análise aberta sobre todas as mudanças produzidas.
Análise de efeitos centrada nos objetivos: Aqui, a pergunta motivadora é: “Os objetivos foram alcançados?” Isto corresponde a uma comparação do planejado com o realizado. A segunda pergunta é quais outros efeitos ocorreram que ultrapassam o âmbito do objetivo.
Análise de efeitos centrada em todas as mudanças: Aqui, a pergunta de partida é: “O que mudou nas condições de vida da população?” E, em seguida, pergunta-se quais destas mudanças foram induzidas pela intervenção ou pelo projeto e quais são atribuíveis a outros fatores. Só depois é que se pergunta se estas mudanças implicam o alcance dos objetivos previstos no projeto.
É certo que a comparação entre o objetivo e o resultado é mais fácil para uma organização, pelo fato de haver um quadro referencial relativamente fixo (o planejamento). Através de indicadores é possível verificar o cumprimento dos objetivos formulados. No entanto, o grande perigo é que o segundo passo não chegue a receber a atenção necessária e que a análise dos efeitos se limite, sobretudo, à comparação entre o planejado e o realizado.
Para fazer uma boa avaliação de efeitos, faz-se necessário considerar os objetivos e indicadores do projeto bem como os dados e informações acumuladas no monitoramento dos Efeitos do projeto. É na avaliação que são aprofundadas essas informações, considerando o ciclo do processo e todas as etapas previstas em planejamento.
A Avaliação como observação dos efeitos e dos impactos é parte integrante do Processo de PMA; está presente nas atividades de quem realiza o projeto, influencia a definição do planejamento, ajudando a confirmá-lo ou reformá-lo no momento do monitoramento. Retoma o planejamento, modificando-o ou suspendendo-o quando se trata de renovar a proposta de atuação representada no projeto ou no planejamento, sempre contendo em si uma visão transformadora da realidade.
Vejamos a seguir as modalidades de avaliação: Autoavaliação; Autoavaliação assessorada e Avaliação Externa Localmente Encarregada (ELBE). Esses conceitos abaixo são sobretudo, uma visão de Misereor para os processos avaliativos dos projetos por ela aprovados.
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