"Contribuir com o fortalecimento das Organizações Sociais na perspectiva da defesa dos direitos e da transformação social, construindo parcerias e dando visibilidade a práticas sociais inovadoras".

COMO DESENVOLVER UM PROCESSO BEM ESTRUTURADO DE PMA ORIENTADO A EFEITOS?

Em primeiro lugar a organização deve considerar de forma muito honesta e objetiva as suas motivações para implementar um processo de PMA. Se a motivação vem exclusivamente de uma exigência externa e ainda não há uma percepção institucional da importância de utilizar essa ferramenta, é necessário primeiro fazer esse debate, envolvendo o conjunto da instituição. Nesses casos, garantir a realização de um processo de sensibilização e formação sobre PMA pode ser muito importante para alinhar as visões sobre sua contribuição para a gestão institucional.

Para as organizações que já tem sistemas de PMA implementados, mas que estão centrados nas ações desenvolvidas – e não nos seus efeitos – é necessário empreender um esforço para garantir uma mudança de foco. Isso não significa que as organizações deixem de fazer seus Planos Operativos e deixem de monitorar a realização das atividades previstas e seus produtos nas reuniões mensais ou bimensais de equipe, mas:

  • Significa colocar no centro do planejamento as mudanças (efeitos) que o projeto pretende impulsionar e a partir daí definir as atividades que são necessárias.
  • Significa elaborar e monitorar indicadores para mensurar os avanços em relação às mudanças projetadas e não apenas para monitorar a realização das atividades previstas e seus produtos.
  • Significa avaliar se as mudanças estão ocorrendo ou não.

Essa é a mudança de foco.

O monitoramento de efeitos pode proporcionar grandes avanços para uma organização, mas demanda tempo e algum trabalho adicional. Se o PMA é encarado como uma prioridade institucional, o tempo necessário para sua realização precisa ser considerado e incorporado na vida da organização e no plano de trabalho dos agentes de projeto.

Por demandar tempo e atividades específicas (definição de dados de partida, construção de instrumentais, coleta e registro de informações, compilação e organização das informações coletadas) o monitoramento de efeitos precisa ser planejado, com a definição de tarefas, responsáveis e prazos claramente acordadas na organização.

O PMA será mais completo e rico quanto mais participativo for, envolvendo os diversos olhares, desejos e percepções do conjunto de sujeitos envolvidos (equipe executora, grupos envolvidos e beneficiários das ações do projeto, diretoria, parceiros).

Mas é importante considerar que a implementação de um sistema de PMA orientado a efeitos é um desafio exigente e que certamente será necessário revisá-lo e aperfeiçoá-lo periodicamente para torná-lo mais efetivo. E raramente as organizações populares contam com as condições ideais para enfrentar esse desafio. Então é fundamental considerar que a expectativa de um “PMA ideal” pode gerar frustrações que impeçam a organização de desenvolver de forma disciplinada e sistemática o PMA possível. Ao aceitar o desafio de fazer o caminho ao caminhar, enfrentando as dificuldades e aperfeiçoando o processo com os aprendizados da prática, será possível consolidar o PMA orientado a efeitos como parte da cultura institucional e como ferramenta para tornar mais efetivos os esforços por mudanças sociais.